Não é novidade que as pragas urbanas se tornaram um problema sério para as autoridades devido ao seu aumento crescente nos centros urbanos. É válido explicar que esta realidade é consequência da ação do homem, que se apropriou dos espaços naturais para o crescimento das cidades.
Com a exploração indevida de áreas naturais, muitas espécies de animais passaram a depender estritamente do homem para se desenvolver. Ou seja, os insetos e animais procuram nos centros urbanos aquilo que perderam: alimento, água e abrigo. E com a falta de planejamento e políticas públicas, resta à sociedade administrar os prejuízos causados pelas pragas: transmissão de doenças, contaminação do solo, danos às estruturas, perdas de plantações etc.
O manejo integrado de pragas
Para minimizar esse caos e garantir à população um ambiente saudável, especialistas criaram o Manejo Integrado de Pragas (MIP): sistema que oferece ações preventivas e corretivas para impedir que as pragas urbanas e agrícolas causem problemas significativos. A prática também objetiva diminuir o uso indiscriminado de praguicidas, o que garante resultados bastante positivos sob o ponto de vista ecológico e econômico.
O sistema é muito utilizado pelos agricultores e os bons resultados são sentidos tanto pelos produtores rurais, quanto pelos consumidores finais. Além disso, é possível assegurar a produção animal ao longo de toda cadeia alimentar. O MIP também pode e deve ser aplicado em áreas urbanas.
No entanto, independentemente de ser no campo ou na cidade, é fundamental que o MIP seja realizado por profissionais do setor de controle de pragas (em parceria com os demais profissionais necessários para o sucesso da técnica), já que é muito importante reconhecer cada tipo de inseto para proteger aqueles que são essenciais para o ecossistema e controlar os que são apenas pragas. Esse processo é muito importante para garantir a eficiência no manejo de pragas nas culturas.
Também é muito importante assegurar que apenas profissionais de empresas autorizadas pela Anvisa estejam envolvidos no processo, assim é possível garantir a rotação dos produtos químicos para evitar que as pragas criem resistência aos ingredientes ativos de um mesmo grupo químico. Essa metodologia, além de contribuir no controle de pragas-alvo, favorece o controle biológico natural.
Quando utilizar o manejo integrado de pragas
Para o sucesso da prática, é essencial analisar o custo/benefício, bem como o impacto da ação na área onde será realizada a aplicação. Outros fatores que devem ser analisados:
- identificar a espécie de praga para ter suas informações técnicas e científicas;
- compreender sua biologia e comportamento junto à natureza e nos grandes centros urbanos. É relevante saber informações sobre forma de se alimentar, necessidades térmicas, habitat, forma de reprodução etc.
- avaliar o nível de infestação para adoção de métodos adequados de controle e fazer o monitoramento da infestação. Se necessário, adotar medidas complementares;
- avaliar as melhores condições e locais que corroboram para o desenvolvimento do inseto;
- analisar o uso adequado das medidas de controle como riscos, benefícios e eficácia;
- utilizar somente produtos químicos e biológicos registrados pela Anvisa. Nesse sentido, é possível considerar também armadilhas, iscas, defensivos, controle biológico, entre outros;
- optar sempre por táticas seguras e efetivas de controle.
Benefícios do Manejo Integrado de Pragas
O Manejo Integrado de Pragas se tornou uma técnica muito importante para:
- Controle de pragas nas lavouras e centros urbanos;
- Reduz perdas da lavoura e aumenta a produtividade;
- Mantém a biodiversidade do ecossistema;
- Preserva pragas importantes para o nosso desenvolvimento;
- Otimiza a utilização de químicos;
- Sustentabilidade.
Aliás, quando o assunto é sustentabilidade, é seguro dizer toda e qualquer ação que possa promover a sustentabilidade merece destaque. E esse é o caso do Manejo Integrado de Pragas, que promove a redução dos produtos químicos e consequente cuidado com animais, insetos e com a terra.
Nas cidades, os resultados podem ser perceptíveis com a redução de doenças sérias e que podem levar o homem ao óbito. No campo, as práticas como rotação de cultura, conservação do solo, adoção de insumos biológicos etc., além de proteger a natureza, garante que os alimentos que chegam à nossa mesa sejam mais saudáveis.
Fontes/Referências:
Como plantar babata doce – Embrapa
Soluções inovadoras para controle biológico de pragas – Promip